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06/10/2023
Palácio da Instrução sedia abertura de curso de formação antirracista
Da assessoria
Foi aberto na noite desta quinta-feira (5) o curso “Formação antirracista: metodologia e base teórica para a elaboração de projetos”, realizado pela Edna Sampaio (PT), em parceria com os movimentos sociais organizados.

A formação abre a programação da 3ª edição da Semana da Consciência Negra e acontece até 30 de novembro, às quintas-feiras , às 19 h, no Palácio da Instrução. A exceção é a próxima semana, quando a aula será na quarta-feira (11), devido ao feriado.

O curso tem a parceria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, da Assembleia Social, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas Quilombo (Neabi Quilombo) da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do coletivo Ateliê Maria Padilha, Movimento Negro Unificado (MNU-MT), templo Ilê Dará Omi NBu Asé Osumare Araka, Secretarias municipal e estadual de Cultura e Sintep Cuiabá.

Lideranças de movimentos, estudantes e professores compareceram à abertura. Entre as presentes, estava a professora Rosângela Cardoso, Graduada e especialista em Letras/Português e Literaturas, pela UFMT, Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Doutora em Letras/Estudos Literários pela Universidade Estadual de Maringá (PR), que será uma das professoras do curso.

Durante a cerimônia, Edna Sampaio lembrou que a ‘racialização’ é um fenômeno que faz parte da estrutura social capitalista e que é preciso proporcionar momentos para que brancos e negros discutam sobre a branquitude e seu lugar de privilégio.

“Falar do racismo não é falar de nós, pessoas pretas, é falar de uma sociedade dividida entre quem são os humanos e quem não merece essa designação. Que trata os ‘outros’ como se, pela sua origem, história, cor não merecessem o mesmo respeito que merecem quem é considerado humano”, disse.

“Não vamos vencer o racismo se falarmos dele somente entre nós, vítimas. Precisamos falar dele entre todos nós, para que possamos compreender que a responsabilidade sobre a superação do racismo não é exclusiva das pessoas negras e é, sim, principalmente, das pessoas brancas”.

Programação

As atividades continuam na próxima quarta-feira (11) com a aula inaugural sobre o tema “20 anos da lei 10.639/03: desafios e conquistas ", ministrada pelo professor José de Oliveira.

Ecologista Social, pesquisador em políticas públicas de promoção de igualdade racial, empreendedorismo étnico-racial, Direitos Humanos e racismo Institucional, ele foi um dos co-autores da lei 10.639.

A vereadora Edna Sampaio participará falando sobre o “Estatuto Municipal de Promoção e Igualdade Racial”, de autoria de seu mandato.

A próxima aula acontece no dia 19 de outubro, com a professora Ana Carolina Borges, pós-doutora em História pela Universidade Federal de Alagoas, Doutora em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Pós-Doutoranda em História na UNICAMP e professora na UFMT. Ela tratará do tema “História do movimento negro no Brasil”.

No dia 26, o tema será “Discutindo o racismo no Brasil: Fundamentos”, com Priscila Scudder, gerente do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas Quilombo (Neabi Quilombo) da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e docente da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).

Em 09 de novembro, o tema será “Literatura negra de autoria feminina no Brasil”, com a professora Rosângela Cardoso. Os próximos encontros, nos dias 16, 23 e 30 de novembro, serão dedicados à orientação dos projetos trazidos pelos alunos.
“Esse curso é extremamente importante e é fundamental implementarmos formações voltadas para a educação antirracista. O primeiro dia foi um sucesso, a casa lotou, e a ideia é fazer com que isso se avoluma cada vez mais e adentre o espaço da escola”, afirmou Rosângela Cardoso.

“Achei a aula inaugural extremamente importante, onde as falas dos membros da mesa apresentaram um repertório bastante enegrecido sobre o combate ao racismo estrutural e estruturante, pois ficou evidente nas falas o verdadeiro caminho libertário com palavras fortes e eficazes que serão aprofundadas nos módulos no curso. O perfil dos participantes vai ajudar muito no processo pedagógico e didático dos palestrantes, que vão ensinar e aprender sobre a aplicabilidade da lei e das resoluções que tratam do assunto”, disse o professor José de Oliveira.

Lideranças

Isabel Garcia de Farias, coordenadora estadual do Movimento Unificado em Mato Grosso (MNU-MT), destacou a importância da participação da entidade, da qual faz parte o professor José de Oliveira.

“Enquanto coordenadora do MNU, estamos aqui na luta junto aos companheiros. Tem mais de 10 militantes do MNU aqui e isso é muita sorte da gente. Minha busca vem enquanto professora, desde 2005, após a lei, pena que eu não te conhecia, José, pois teria buscado muito mais nessa época. Foi uma luta muito árdua, pois dentro de uma sala de aula, a gente está constantemente buscando, inovando e trabalhando realmente a negritude de uma sala de aula não é fácil”, afirmou ela.

Clóvis Arantes, representante do movimento pelos direitos LGBT e co-vereador do mandato coletivo, destacou a importância de discutir o racismo diante da perseguição da qual a vereadora está sendo vítima e do perfil da sociedade atual.

“Essa luta, esse perrengue, toda essa atrocidade que estamos vivendo na Câmara vai servir para mostrar para a sociedade o quanto ainda precisamos avançar. Ganhamos as eleições, mas ainda não ganhamos a sociedade. A sociedade está fundamentalista, com muito mais ódio e vamos precisar virar a chave”, disse ele.

Edna Sampaio enfatizou a importância de se rebelar diante das injustiças e criticar a estrutura social opressora e racista, da qual tem sido vítima.

“O chamado que estamos fazendo a todos é que aceitem o chamado da rebeldia. A rebeldia é necessária quando as leis e a sociedade são injustas e as pessoas são maltratadas, vilipendiadas, destruídas, exterminadas por conta da cor da sua pele. Precisamos chamar para questionar um Estado que foi construído para nos oprimir, dentro de um princípio do patriarcado e da misoginia. Por isso sofro violência na Câmara sob uma plateia que acolhe a violência silenciosa da qual sou vítima”, disse.
Alunos

Entre os alunos, professores, estudantes de pós-graduação e lideranças de movimentos sociais.

“É importante estar nessa formação pois já participei de várias formações através da coletividade da Cut Nacional e isso é essencial. Me sinto feliz pelo convite”, disse Joacira de Almeida, secretária de Combate ao Racismo da CUT-MT.
“Na minha pesquisa estamos analisando a evasão das universidades, principalmente entre as populações originárias, tradicionais e da classe trabalhadora. É muito importante nós, pesquisadores, estarmos aqui presentes neste momento em que vivemos uma retomada cognitiva”, disse o artista e ativista Tom dos Santos, doutorando do Programa de pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT.

Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (4), Edna falou sobre a importância da iniciativa.

“A escola é um dos lugares onde mais se veem registros de violência racial e é preciso educar as crianças desde a infância a conviver com a diversidade e a respeitar as diferenças. Estou muito feliz de a gente poder fazer essa iniciativa tão importante na formação dos nossos professores”, disse.

Da Assessoria


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